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sexta-feira, 5 de março de 2010

tempos contemporâneos



Estava eu deitado numa rede alviverde navegando nos meus pensamentos quando, de chofre, consegui acessar, num arquivo lacrado pelo tempo na minha memória, a história de pessoas que, há anos, congelaram os corpos para uma futura possível ressuscitação, depois da descoberta pela ciência da cura de determinadas doenças. A técnica de congelamento de corpos através da produção de temperaturas muito baixas é denominada de criogenia.
Não sei se isso é uma boa alternativa, pois, nas duas últimas décadas, a ciência tem dado um salto gigantesco de criatividade e inovação. Hoje, uma pessoa que, por exemplo, foi submetida à criogenia na década de oitenta, caso fosse ressuscitada, tomaria um grande “choque” tecnológico cultural, e, quiçá, não conseguiria adaptar-se às novas invenções, pois, mesmo as pessoas que trilharam toda esta evolução continuam vivendo excluídas digitalmente.
No pretérito, os homens passavam milênios para fazer pequenas descobertas como, por exemplo, a roda. No presente, a evolução é contínua. Uma pessoa ressuscitada teria que, num curto espaço de tempo, acumular muitas informações. O que acho pouco provável. Imagine-se num lugar sem colegas, ruas completamente modificadas, povo esquisito, cidade estranha... Sinceramente, não dá!
A humanidade, cronologicamente, de acordo com o material que dominava, já viveu a Idade da Pedra, a Idade do Bronze, a Idade do Ferro, etc, no entanto, hoje, fico muito orgulhoso por pertencer a esta nova idade de múltiplos materiais... a Idade Digital.
Sinceramente, jamais eu utilizaria a criogenia para tentar perpetuar-me na Terra, pois, segundo penso, o verbo ressuscitar é exclusivo de personagens bíblicos.
Prefiro os verbos morrer e enterrar. E pronto!

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