
com as palavras descarnadas
faço um poema raquítico
que será fotografado
por várias retinas retas
e será repugnado
pelos cérebros juízes
que não gostam de sentir
a putrefação dos versos.
faço um poema nordestino
(vocábulos aglutinados e tímidos)
que se escora no papel
e fica a mastigar
a mesma política
que corroeu suas vísceras
Publicado no Correio das Artes. João Pessoa, 22 de setembro de 1991
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