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domingo, 1 de agosto de 2010

Refém de senhas

Estive, no mês de julho de 2010, visitando a cidade de Floriano (PI). Fui ver o meu filho e, também, os meus familiares – pai, mãe, irmãos, etc.
Ao resolver um problema particular no Banco do Brasil, o auxiliar bancário exigiu-me o contracheque. Eu não tinha nenhum contracheque: deixara em Zé Doca (MA), cidade onde hoje trabalho. Lembrei-me de imprimi-lo via internet, mas a senha eu também esquecera e só estava registrada na minha agenda que ficara na cidade maranhense. Naquele momento, percebi o quanto sou refém de senhas nas mais variadas situações do cotidiano virtual: conta bancária, email, blogger, Orkut, twitter, siape, lojas de departamentos virtuais, celular, notebook, geovisite, MSN, et cetera e tal.
Não tenho mais uma identidade única, mas dígitos, letras, apelidos, passes, login, senha e o diabo-a-quatro. E o computador fica minando a minha paciência: “Digite a identificação única, digite seu número de usuário, digite sua senha.” Depois de ter concluído o primeiro e o segundo passo e já ter digitado 13 (treze) números da senha, o computador provoca-me:”A senha não confere. Você ainda tem duas tentativas.” E eu começo a ficar nervoso. Confiro tudo. Insisto. Tento novamente e, então, no topo da tela surge uma mensagem automática e fria como quem a digitou: ”Boa tarde, Fulano.” Uma “educação” mecânica que sempre ficará sem resposta.
Certo dia, freqüentei uma fila em um determinado banco que me consumiu os nervos e duas horas do meu tempo. Uma fila semi-estática de pessoas sisudas e de movimentos automáticos previsíveis. Uma fila cansativa: a maioria das pessoas entra em conflito com a máquina e, depois de muito tempo, terminam com os cartões bloqueados – a máquina sempre tem razão. Pois bem, depois de esperar intragáveis duas horas, ao chegar no caixa eletrônico, esqueci a maldita senha de acesso. Baldeei a memória, rastreei o pretérito, mas nada. Malditas senhas. Encabulado, saí da fila e fiquei remoendo furtivos vocábulos, que ficaram indefinidamente sendo refletidas nas paredes internas do meu crânio – caixa acústica de palavras impronunciáveis.
Gostaria que a identificação biométrica, apesar de facilitar a criminalidade, fosse popularizada, pois não tenho mais nenhum megabyte para memorizar senhas.

2 comentários:

Anônimo disse...

A cachaça ja comeu o cérebro todo.kkkkkkkkkkkkk

JAIR FEITOSA disse...

Ou seja, tá ficando velho!!??

Um abraço.

Jair Feitosa.

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