
Em função de eu ter sido aprovado no Instituto Federal do Maranhão, vim morar na cidade de Zé Doca. Ao chegar na cidade, como não conhecia nada nem ninguém, hospedei-me num pequeno hotel. Vinte e dois dias depois, recebi um convite de três maranhenses de São Luís, Péricles, Luiz e Cidreira, para alugarmos uma casa. Assim foi feito.
Cidreira, que se diz um católico praticante, passa horas a fio, todos os dias, fazendo orações. Sinceramente, se eu fosse o deus ao qual ele dirige tantas rezas, já estaria aborrecido ou, então, teria realizado todos os desejos dele.
Pois bem, certo dia, Cidreira, no pré-sono, iniciou, circunvizinhado de santos, as suas rezas:
- Eu durmo com São Sebastião, São Pedro, São Paulo...
Pouco tempo depois, ouvi um estrondo seguido de uma voz abafada, chamando-me:
- Zéééééééé...
Ele gosta de chamar-me de Zé.
Fiquei pensando: desceu uma entidade no padre. Em função de ele rezar exaustivamente, ganhou a alcunha de padre. Sorrateiramente, fiquei olhando pro quarto do padre. Pensei: “Péricles, o pastor, não está aqui para exorcizá-lo e Luiz, o maior da turma, não está aqui para segurá-lo, então, estou ferrado. Se o padre espirrar do quarto incorporado numa entidade valente, eu to ferrado!” Caminhei devagar... devagarzinho. Desconfiado, empurrei, cuidadosamente, a porta do quarto do padre. O armador da rede tinha sacado da parede e, portanto, o padre estava estatelado no chão. Tinha desabado com rede e tudo. Aliviado, parei na soleira da porta. Cidreira disse:
- Zé, eu caí.
Então, eu objetei:
- Também, Cidreira, você dormindo junto com esse tanto de macho... não tem rede que agüente.
Naquele momento, Cidreira esqueceu a devoção e disse:
- Estava rezando só para São Sebastião e, no entanto, esse filho da puta deixou-me cair.
Cidreira, que se diz um católico praticante, passa horas a fio, todos os dias, fazendo orações. Sinceramente, se eu fosse o deus ao qual ele dirige tantas rezas, já estaria aborrecido ou, então, teria realizado todos os desejos dele.
Pois bem, certo dia, Cidreira, no pré-sono, iniciou, circunvizinhado de santos, as suas rezas:
- Eu durmo com São Sebastião, São Pedro, São Paulo...
Pouco tempo depois, ouvi um estrondo seguido de uma voz abafada, chamando-me:
- Zéééééééé...
Ele gosta de chamar-me de Zé.
Fiquei pensando: desceu uma entidade no padre. Em função de ele rezar exaustivamente, ganhou a alcunha de padre. Sorrateiramente, fiquei olhando pro quarto do padre. Pensei: “Péricles, o pastor, não está aqui para exorcizá-lo e Luiz, o maior da turma, não está aqui para segurá-lo, então, estou ferrado. Se o padre espirrar do quarto incorporado numa entidade valente, eu to ferrado!” Caminhei devagar... devagarzinho. Desconfiado, empurrei, cuidadosamente, a porta do quarto do padre. O armador da rede tinha sacado da parede e, portanto, o padre estava estatelado no chão. Tinha desabado com rede e tudo. Aliviado, parei na soleira da porta. Cidreira disse:
- Zé, eu caí.
Então, eu objetei:
- Também, Cidreira, você dormindo junto com esse tanto de macho... não tem rede que agüente.
Naquele momento, Cidreira esqueceu a devoção e disse:
- Estava rezando só para São Sebastião e, no entanto, esse filho da puta deixou-me cair.